terça-feira, 31 de maio de 2011

Tempo é Dinheiro ou Dinheiro é Tempo?!


Até que ponto condicionamos a nossa relaçao com os pares em busca da nossa realização pessoal? Qual o preço a pagar pela ânsia de alcançar todas as aspirações de uma vida? Tempo é dinheiro ou pelo contráro dinheiro é o tempo?
Actualmente, vivemos numa sociedade que pulsa por sede de poder: o dinheiro parece comandar tudo no palco existencial. Por um lado, muitos não sonham, não dão a si mesmos a oportunidade de fazer ou de realizar algo realmente importante nas suas vidas mesmo sendo isso passar um dia com os filhos, amigos, namorado ou maridoou, ainda, uma pausa de todo o frenesim que é a vida presentemente. Por outro lado, outros vivem alheados numa sociedade verdadeiramente individualista e egocêntrica que quase acredito que o tempo é dinheiro: aquele dinheiro “certo” ao fim de cada mês de árduo trabalho, aquele tempo dispendido no emprego em função de uma vida mais desafogada.
Por vezes, considero-me um poço de utopias. Contudo, no meio desse enredo tão utópico encontra-se a crença de que, talvez, o melhor “dinheiro” seja o tempo de vida que possuímos para alcançar os nossos sonhos e desejos mais intrinsecos, o tempo para abraçar a vida na sua plenitude: aquele tempo de viver,ser, querer, sonhar e alcançar.
Enquanto crianças e adolescentes, o dinheiro é tempo, na medida em que, neste período desenvolvimental, procuramos alcançar minutos “extra” para estar com os paresfomentando a nossa relação com o outro na sociedade. Não há a preocupação com o dinheiro material, somente com o dinheiro dos laços e da necessidade de sonhar e acreditar.
Porém, alcançandoo limiar da idade adulta, tudo na nossa existência começa a rodar em torno do lema “Tempo é dinheiro”. Não nos damos conta de que a sociedade nos aprisiona numa redoma dando-nos o dever de velar pela vida dos mais velhos e mais novos que nós através de um emprego e de entrega total ao mesmo.
Quando já vivemos todas estas etapas da vida, passaremos os dias a pensar naquilo que relamente valeu a pena e que, afinal,dinheiro foi todo o tempo em que agimos de acordo com os nossos objectivos de uma forma livre mas controlada. Passaremos, então, a concordar que devemos aproveitar cada momento de vida ao máximo e chegaremos à conclusão que quando tinhamos toda a liberdade, isto é, na adultez vivemos amordaçados na sociedade desperdiçando tempo e vontade.

domingo, 8 de maio de 2011

Juno


Este filme é uma inspiração. Vi-o à um ano atrás e fiquei completamente arrebatada pela história tão comum e, ao mesmo tempo, tão singular de Juno.

Para quem desconhece Juno, aqui vai uma apresentação de um filme que vale a pena ver:


É uma história intensa onde é possível observar o desenvolvimento de Juno e dos que a rodeiam. É um facto conhecido que, antes dos 20 anos o córtex pré-frontal não está completamente desenvolvido. Sendo esta a principal área do cérebro que permite a tomada de decisão (juntamente com o sistema límbico, associado às emoções) torna-se óbvio as indecisões que os jovens têm de lidar durante a adolescência. Nesta estrutura do cérebro encontra-se a razão e o auto-controlo, algo que é essencial para a tomada de decisão principalmente em situações difíceis.

Este filme demonstra a evolução de Juno e de todos os que a rodeiam. Cada um tem um papel essencial para o desenvolvimento de Juno e, apesar de nem sempre se manifestarem uma preciosa ajuda, serviram para que esta conseguisse descobrir o significado e a importância de cada relação (familiar, amorosa, de amizade).

Constantemente são criados laços e, neste filme, torna-se evidente a importância da relação entre Juno e a sua amiga e Juno com o pai da criança. Apesar de todos os outros serem mais experientes e terem opiniões formadas sobre como resolver os problemas de Juno, esta só consegue encontrar conforto naqueles que a entendem e pensam como ela. Isto demonstra o que na realidade acontece com qualquer adolescente numa situação idêntica, ou diferente, da de Juno. O apoio daqueles que nos compreendem e pensam como nós é incondicional e insubstituível. Daí serem cada vez mais desenvolvidos centros para adolescentes grávidas que se ajudam e apoiam mutuamente, desenvolvendo-se e crescendo de forma saudável como indivíduos e mães.

Este é mais um exemplo da importância da relação de pares.


PS – um pedido de desculpa às nossas colegas do blog “nas ruas do desenvolvimento”…