quinta-feira, 21 de abril de 2011

Álcool, Adolescentes e Relação entre Pares

O consumo de álcool acontece em jovens cada vez mais novos e é cada vez mais frequente. Porquê?

Dá uma espreitadela ;)      http://www.tvi24.iol.pt/videos/pesquisa/adolescentes/video/13407634/1

Segundo o vídeo 47% dos jovens de 13 anos consomem álcool com frequência e em grandes quantidades. Penso que este aumento de consumo se deve a dois factores:
1 – Mostrar a autonomia que se adquire ao atingir a adolescência e a “libertação do domínio” dos pais, presente na infância;
2 – A integração num grupo de pares. Muitos adolescentes bebem porque o amigo também bebe ou porque aquele rapaz ou rapariga que é “porreiro” e tem sorte com o sexo oposto e é “popular” bebe então também bebem para ser como ele/ela e serem “populares”.

“A partir da adolescência é esperado que os indivíduos se confrontem com um processo de aquisição de uma autonomia e independência emocional dos pais e simultaneamente, estabeleçam relações interpessoais e de intimidade mais amadurecidas com os pares (Caissy, 1994; Zimmer-Gembeck,2002)”

Não se pode culpar os “outros” por algo que cada um faz, com plena consciência e por não saber os seus limites, mas a culpa é de um e de todos. A culpa é do adolescente por não dizer “Não” e por não conhecer os seus limites e achar que não se diverte se não beber, é do grupo de pares por incentivar a beber e por incutir a ideia de que “se não bebes és um menino (a) e não sais mais connosco” e é de muitos estabelecimentos que vendem álcool a adolescentes sem se importarem com a idade ou com as consequências. 

É um assunto muito sério e penso que devemos educar os adolescentes a beber, com palestras apesar da maioria ser um motivo para não ter aulas sempre com o pensamento de “não me vai acontecer a mim, estão a exagerar” e em casa também junto dos pais, irmãos mais velhos, etc não proibindo mas instruindo quanto às bebidas que têm menos álcool, as que se bebem com sumo etc.

terça-feira, 19 de abril de 2011

FILIAÇÃO

Já alguma vez se perguntaram qual é o significado dos comportamentos de filiação?

Já dei por mim algumas vezes a perguntar aos meus botões porque tenho estes amigos e não aqueles; porque é que este tipo de personalidade e gostos me atraem mais do que outros.
Retirei alguns excertos do livro "Psicologia actual e desenvolvimento da criança", dos autores Pierre Vayer e Charles Roncin, que me pareceram bastante interessantes e que focam precisamente este tema das relações entre pares:

"(...) a procura do outro e essa escolha deliberada do ou dos parceiros não são apenas peculiares na infância, são fenómenos essencialmente humanos. A comunicação sendo uma necessidade fundamental do ser (...) só pode" existir se "para isso houver um interlocutor, o outro pólo da comunicação. Esse interlocutor é escolhido em função da sua capacidade de aceitação e de trocas; (...) Além do mais, o sentimento de segurança suscitado por uma relação positiva facilita o empenho na acção (...) A comunicação ao nível das pessoas permite ao indivíduo associar o seu desejo e a sua imaginação aos dos outros (...)". 
 Ao longo do livro falam muito sobre a segurança...a segurança que outros nos demonstram é um dos grandes factores que nos faz escolher um amigo, um grupo, uma relação. A partir daqui começam a surgir factores emocionais.
E tu? O que procuras num amigo?

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Geração à rasca


Segundo o desenvolvimento cognitivo, proposto por Jean Piaget, o factor fundamental do desenvolvimento é a equilibração entre os organismo (sujeito) com o meio onde este se insere. Esta equilibração verifica-se com mais clareza na fase da adolescência quando o jovem adolescente começa a desenvolver capacidades para raciocionar sobre muitas hipóteses (e para as testar) e capacidade de pensar sobre o próprio pensamento (metacognição).

O movimento de “geração à rasca” é um exemplo que demonstra precisamente este desenvolvimento.
A inserção em grupos e  consequente vinculação que fazemos com outros, que tomamos por “iguais” a nós, é essencial para descobrirmos quem na realidade somos, o que queremos e por que objectivos lutamos.

Acerca do texto que anda a circular sobre esta geração, temos algumas opiniões que gostaríamos de partilhar:

“Eu não me considero pertencente à “geração à rasca”, ou melhor, não me considero DE TODO pertencente à geração que é descrita no texto que anda a circular pela net, isto por um motivo muito simples: estou totalmente ciente das dificuldades que os meus pais passaram e actualmente passam. Sim, tenho um portátil, um carro (em 3ª mão, se é que possível) e pais que me pagam propinas e quarto mas não deixei de procurar emprego para os ajudar a pagar as contas, o dinheiro que gasto é para comida (exclusivamente para comida) e não vou comer fora, sair fora ou comprar roupa à bastante tempo. Sou pertencente de uma geração que tem tudo (porque a evolução assim o permitiu) mas que também luta por ter e dar mais! Uma sugestão: em vez de adiarem a reforma, recrutem académicos fresquinhos…”

Estes jovens, vivem numa época em que os seus pais lhes proporcionaram sempre tudo de bom, nunca disseram não aos seus caprichos, nunca os ensinaram a lidar com vida fora de casa, esconderam-lhes sempre as dificuldades do quão difícil é auto sustentar-se.
Contudo, os jovens de hoje, lutam com grandes dificuldades para obterem trabalho, ou porque têm habilitações a mais ou então tem idade a menos.
São a geração com o maior nível de formação na história do país mas será que é preciso saber “ouvi-los e percebê-los” para entender que futuro está bastante comprometido?
Os jovens são o futuro da manhã há que lutar, há que ter esperança!”

"Novos e velhos, todos estamos à rasca." Uma realidade à qual não podemos fechar os olhos.
Os nossos pais estão à rasca porque sempre nos quiseram dar o que não foi acessível a todos, porque sejamos realistas, todos os pais sonham com os filhos com um curso superior e que não passe as dificuldades que eles tiveram que passar e o que acontece é que quando pensavam que os filhos iriam ter um emprego em que ganhavam o dinheiro deles para ter a vida deles tal não acontece. Os filhos ficam cada vez até mais tarde em casa dos pais porque não têm trabalho nem forma de se sustentar e os pais gastam mais e mais do que têm e não têm para manter os filhos em casa e com boas condições de vida.
A geração dos novos está à rasca porque sempre viveu com o que quis e seguiu os seus sonhos e os dos pais e foi para a universidade tentando se instruir da melhor forma possível para ter um emprego no fim com que se possa sentir realizado pessoalmente e onde possa ganhar dinheiro e estabilidade económica para que possa dar aos seus filhos mais e melhor. Tal não acontece, os jovens acabam os seus cursos e vão para o desemprego ou não acabam os cursos por não ter forma de pagar as propinas que lhes são exigidas. Falando por mim, não sei se conseguirei acabar o curso ou não porque se ficar sem bolsa de estudos não conseguirei pagar as propinas e as ofertas de trabalho são escassas, e como eu muitos outros estão na mesma situação mas a culpa não é nossa nem dos nossos pais. A culpa é da situação que actualmente se vive, que os nossos pais não previram e nós não sabemos como alterar…."




Posto isto, qual é a tua opinião acerca do texto e da“ geração à rasca”? (http://osocratico.blogspot.com/2011/03/um-texto-brlhante-de-mia-couto.html)