quarta-feira, 8 de junho de 2011

Kholberg

KOHLBERG dedicou-se ao estudo do desenvolvimento moral, redefinindo os estágios de julgamento moral propostos por Piaget (1932).
Kholberg especializou-se na investigação sobre educação e argumentação moral, sendo mais conhecido pela sua teoria dos níveis de desenvolvimento moral.
O método que usou para estudar o comportamento moral foi confrontar os participantes com uma série de histórias de um homem cuja mulher morrerá, a não ser que seja tratada com um medicamento muito caro que custa 20.000€. O marido reuniu todo o dinheiro que pôde, mas não chegava. Ele prometeu pagar o resto mais tarde, mas o farmacêutico continuou a recusar-se a dar-lhe o medicamento. Desesperado o homem assaltou a farmácia e roubou o medicamento. Kholberg perguntava aos participantes se o acto dele estava certo ou errado e porquê (Kholberg, 1969).
Os estudos clássicos de KOHLBERG foram sobretudo estudos sobre a ontogénese do raciocínio moral ou raciocínio para a justiça, tendo sido identificados seis estádios distintos de raciocínio moral.
O primeiro nível seria o pré-convencional (estágios 1 e 2), durante o qual predominam noções hedonistas e egoístas, nas quais se procura assegurar apenas os interesses pessoais.
O segundo nível é o convencional (estágios 3 e 4), em que as noções morais se vinculam ao cumprimento das convenções sociais, para que o sujeito seja aceito e bem-visto pelos outros; por fim, o terceiro nível é o pós-convencional (estágios 5 e 6), no qual prevalece o respeito pelas instituições sociais e pelos direitos humanos. Segundo os dados obtidos por KOHLBERG e seus colaboradores, ao longo dos anos, uma parcela muito pequena da população estudante chega a atingir o 5º estágio de desenvolvimento moral, e apenas algumas figuras históricas, como Gandhi, Madre Tereza e Luther King, teriam alcançado o 6º estágio.


Estádio  do desenvolvimento moral
O comportamento moral é o que:
Moralidade pré-convencional

       Orientação “Punição Obediência”
Evita a punição
       Orientação Auto-Interesse
Obtém recompensa
Moralidade convencional

      Acordo Interpessoal e Conformidade (Normas Sociais)
Obtém a aprovação e evita a censura dos outros
      Orientação “Manutenção da ordem social e da autoridade”
É definido por códigos rígidos de “lei e ordem”
Moralidade pós-convencional     

      Orientação “Contrato Social”
É definido por um “contrato social” aprovado por todos para o bem público
      Princípios éticos universais
Baseia-se em princípios éticos abstractos que determinam o código moral pessoal


Factores do desenvolvimento moral: ambiente externo, cultura, informações cognitivas

Limitação dos estudos: a moral é um conceito específico, detalhado e funciona como um energizador e passivador de comportamentos. Contudo, cada indivíduo compreende a moralidade de modo específico, muito dependente das experiências vividas por cada um. O que é moral para um, para outro já não é, daí ser muito difícil determinar com exactidão comportamentos morais. Ainda que exista, de facto, um conceito específico para moral, cabe ao sujeito tomar a decisão final sobre o que é, para si, a moral.

Bibliografia:
·         GLEITMAN, Henry, FRIDLUND, Alan J., REISBERG, Daniel, “Psicologia”, 8ª edição, p.816 e 817, Fundação Calouste Gulbenkian
·         Orlando M. Lourenço, "Psicologia de Desenvolvimento Moral Teorias, dados e implicações" (2ª Edição); Livraria Almedina Coimbra 1998
·         Maria Isolina Pinto Borges, "Introdução à Psicologia do Desenvolvimento "Edições Jornal de Psicologia, 1987

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