quinta-feira, 9 de junho de 2011

O último ponto que hoje iremos abordar, passa por distinguir entre 'copiar' e 'plagiar'.

No senso comum podem até parecer conceitos idênticos e, de facto, em alguns parâmetros, assim se verifica. Deste modo, existe  uma diferença muito ténue entre o 'copiar' e o 'plagiar' mas que, em contextos inter e intra - pessoais têm um impacto volumoso. 

Quando procuramos na Wikipédia o conceito de 'copiar' e 'plagiar' obtemos as seguintes descrições:
 Copiar é a "duplicação de informações ou de um artefacto."
 "O plágio é o acto de assinar ou apresentar uma obra intelectual de qualquer natureza (texto, música, obra, pictórica, fotografia, obra audiovisual, etc) contendo partes de uma obra que pertença a outra pessoa sem colocar os créditos ao autor original. No acto de plágio, o plagiador apropria-se indevidamente da obra intelectual de outra pessoa, assumindo a autoria da mesma."

Já no dicionário:
'Copiar' é definido como:  v.t. Fazer cópia de; reproduzir: copiar uma carta. Reproduzir, imitando: copiar a letra de alguém. Imitar, seguir: copiar as tendências da moda européia. Passar, trasladar: copiar um texto para o caderno. V.pr. Imitar-se reciprocamente: copiam-se os teóricos do assunto.
'Plagiar': Acção do plagiário; cópia, mais ou menos disfarçada, de obra alheia.

Assim sendo, o acto de copiar consiste na utilização adequada de argumentos teóricos, verbais, fotográficos, etc. Com 'utilização adequada' queremos dizer que, ao fazer a cópia da informação originalmente criada por um determinado autor, este mesmo não vai ser prejudicado, tendo em conta que o seu nome será sempre mencionado como sendo o criador da informação copiada.
Quando falamos de 'plágio' existe já uma componente punitiva por parte da sociedade e das leis políticas. 'Plagiar' é um sinónimo muito próximo de 'roubar' o que, tal como foi referido, é considerado crime e, por isso, punível.

Abaixo segue-se um vídeo bastante elucidativo sobre 'copiar' e 'plagiar', sendo que esta última é tratada como 'roubo'.
 


 Bibliografia:
Toda a informação utilizada para fundamentar este texto foi retirada do comando de busca 'Google'. Seguem-se os sites utilizados...
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pl%C3%A1gio
http://translate.google.pt/translate?hl=pt-PT&langpair=en|pt&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Copy
http://www.dicio.com.br/copiar/
http://www.dicio.com.br/plagio/

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Kholberg

KOHLBERG dedicou-se ao estudo do desenvolvimento moral, redefinindo os estágios de julgamento moral propostos por Piaget (1932).
Kholberg especializou-se na investigação sobre educação e argumentação moral, sendo mais conhecido pela sua teoria dos níveis de desenvolvimento moral.
O método que usou para estudar o comportamento moral foi confrontar os participantes com uma série de histórias de um homem cuja mulher morrerá, a não ser que seja tratada com um medicamento muito caro que custa 20.000€. O marido reuniu todo o dinheiro que pôde, mas não chegava. Ele prometeu pagar o resto mais tarde, mas o farmacêutico continuou a recusar-se a dar-lhe o medicamento. Desesperado o homem assaltou a farmácia e roubou o medicamento. Kholberg perguntava aos participantes se o acto dele estava certo ou errado e porquê (Kholberg, 1969).
Os estudos clássicos de KOHLBERG foram sobretudo estudos sobre a ontogénese do raciocínio moral ou raciocínio para a justiça, tendo sido identificados seis estádios distintos de raciocínio moral.
O primeiro nível seria o pré-convencional (estágios 1 e 2), durante o qual predominam noções hedonistas e egoístas, nas quais se procura assegurar apenas os interesses pessoais.
O segundo nível é o convencional (estágios 3 e 4), em que as noções morais se vinculam ao cumprimento das convenções sociais, para que o sujeito seja aceito e bem-visto pelos outros; por fim, o terceiro nível é o pós-convencional (estágios 5 e 6), no qual prevalece o respeito pelas instituições sociais e pelos direitos humanos. Segundo os dados obtidos por KOHLBERG e seus colaboradores, ao longo dos anos, uma parcela muito pequena da população estudante chega a atingir o 5º estágio de desenvolvimento moral, e apenas algumas figuras históricas, como Gandhi, Madre Tereza e Luther King, teriam alcançado o 6º estágio.


Estádio  do desenvolvimento moral
O comportamento moral é o que:
Moralidade pré-convencional

       Orientação “Punição Obediência”
Evita a punição
       Orientação Auto-Interesse
Obtém recompensa
Moralidade convencional

      Acordo Interpessoal e Conformidade (Normas Sociais)
Obtém a aprovação e evita a censura dos outros
      Orientação “Manutenção da ordem social e da autoridade”
É definido por códigos rígidos de “lei e ordem”
Moralidade pós-convencional     

      Orientação “Contrato Social”
É definido por um “contrato social” aprovado por todos para o bem público
      Princípios éticos universais
Baseia-se em princípios éticos abstractos que determinam o código moral pessoal


Factores do desenvolvimento moral: ambiente externo, cultura, informações cognitivas

Limitação dos estudos: a moral é um conceito específico, detalhado e funciona como um energizador e passivador de comportamentos. Contudo, cada indivíduo compreende a moralidade de modo específico, muito dependente das experiências vividas por cada um. O que é moral para um, para outro já não é, daí ser muito difícil determinar com exactidão comportamentos morais. Ainda que exista, de facto, um conceito específico para moral, cabe ao sujeito tomar a decisão final sobre o que é, para si, a moral.

Bibliografia:
·         GLEITMAN, Henry, FRIDLUND, Alan J., REISBERG, Daniel, “Psicologia”, 8ª edição, p.816 e 817, Fundação Calouste Gulbenkian
·         Orlando M. Lourenço, "Psicologia de Desenvolvimento Moral Teorias, dados e implicações" (2ª Edição); Livraria Almedina Coimbra 1998
·         Maria Isolina Pinto Borges, "Introdução à Psicologia do Desenvolvimento "Edições Jornal de Psicologia, 1987

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O Desenvolvimento moral refere-se ao modo como as pessoas pensam sobre as normas e princípios que devem reger a conduta interpessoal (i.e., pensamento moral) e ao modo como os cumprem e põem em prática (i.e., acção moral). Implica a aquisição de regras e princípios que são resultantes das normas provenientes do exterior e que são fundamentais à nossa convivência.
Toda a sociedade funciona segundo normas e regras que visam ao entendimento moral. A moralidade entre cidadãos é o que permite que uma sociedade, composta por indivíduos tão diferentes, funcione de modo uníssono. Contudo, a aquisição da moralidade requer muito esforço cognitivo, para que o indivíduo seja capaz de controlar “impulsos menos morais”. Entre os psicólogos, a importância deste conceito a nível cognitivo é essencial, já que para muitos indivíduos se torna difícil distinguir entre o moral e o imoral.  Cada indivíduo tem uma concepção de moralidade que, por sua vez, se rege segundo à concepção literária de moralidade.
Para KOHLBERG (1984), a essência da moralidade reside mais no sentido de justiça do que, propriamente, no respeito pelas normas sociais, ou mesmo morais. Portanto, a moralidade tem mais a ver com considerações de igualdade, de equidade, de contratos sociais e de reciprocidade nas relações humanas, e menos a ver com o cumprimento ou violação de normas sociais, ou até morais.
A verdadeira consciência moral autónoma deve ser construída através de interacções nas quais prevaleçam o respeito mútuo e a cooperação, e nas quais a afectividade seja vista como um dos factores responsáveis pela mobilização das acções a um nível pessoal e inter-pessoal. Como diria o próprio Piaget (1962, p.3), " não há actos de inteligência, mesmo de inteligência prática, sem interesse no ponto de partida e regulação afectiva durante todo o processo de uma acção, sem prazer do sucesso ou tristeza no caso do fracasso". Deste modo, os círculos de aprendizagem de tais normas e princípios vão mudando ao longo do desenvolvimento da criança. As primeiras lições de comportamento social são ensinadas no contexto familiar, como: não empurres o teu irmão mais novo, come com o garfo e não com as mãos…
Com a entrada na escola, e a inserção em grupos de pares a nível escolar e de amizade, torna-se muito importante a aprovação destes, deixando para segundo plano a aprovação dos pais e familiares, sendo mais notória esta mudança nos adolescentes.
A entrada em círculos sociais mais diversificados faz com que o conjunto de regras e punições impostas em contexto familiar, escolar e socio-político, aumente. Assim sendo, será importante salientar que “A educação moral não é encher a pessoa de conhecimentos que não tinha, mas promover-lhe o raciocínio moral” (KOHLBERG, 1980, p.26)

Bibliografia: 
·        * Orlando M. Lourenço, "Psicologia de Desenvolvimento Moral Teorias, dados e implicações" (2ª Edição); Livraria Almedina Coimbra 1998
·        * Maria Isolina Pinto Borges, "Introdução à Psicologia do Desenvolvimento "Edições Jornal de Psicologia, 1987
* GLEITMAN, Henry, FRIDLUND, Alan J., REISBERG, Daniel, “Psicologia”, 8ª edição, p. 816 e 817, Fundação Calouste Gulbenkian

terça-feira, 31 de maio de 2011

Tempo é Dinheiro ou Dinheiro é Tempo?!


Até que ponto condicionamos a nossa relaçao com os pares em busca da nossa realização pessoal? Qual o preço a pagar pela ânsia de alcançar todas as aspirações de uma vida? Tempo é dinheiro ou pelo contráro dinheiro é o tempo?
Actualmente, vivemos numa sociedade que pulsa por sede de poder: o dinheiro parece comandar tudo no palco existencial. Por um lado, muitos não sonham, não dão a si mesmos a oportunidade de fazer ou de realizar algo realmente importante nas suas vidas mesmo sendo isso passar um dia com os filhos, amigos, namorado ou maridoou, ainda, uma pausa de todo o frenesim que é a vida presentemente. Por outro lado, outros vivem alheados numa sociedade verdadeiramente individualista e egocêntrica que quase acredito que o tempo é dinheiro: aquele dinheiro “certo” ao fim de cada mês de árduo trabalho, aquele tempo dispendido no emprego em função de uma vida mais desafogada.
Por vezes, considero-me um poço de utopias. Contudo, no meio desse enredo tão utópico encontra-se a crença de que, talvez, o melhor “dinheiro” seja o tempo de vida que possuímos para alcançar os nossos sonhos e desejos mais intrinsecos, o tempo para abraçar a vida na sua plenitude: aquele tempo de viver,ser, querer, sonhar e alcançar.
Enquanto crianças e adolescentes, o dinheiro é tempo, na medida em que, neste período desenvolvimental, procuramos alcançar minutos “extra” para estar com os paresfomentando a nossa relação com o outro na sociedade. Não há a preocupação com o dinheiro material, somente com o dinheiro dos laços e da necessidade de sonhar e acreditar.
Porém, alcançandoo limiar da idade adulta, tudo na nossa existência começa a rodar em torno do lema “Tempo é dinheiro”. Não nos damos conta de que a sociedade nos aprisiona numa redoma dando-nos o dever de velar pela vida dos mais velhos e mais novos que nós através de um emprego e de entrega total ao mesmo.
Quando já vivemos todas estas etapas da vida, passaremos os dias a pensar naquilo que relamente valeu a pena e que, afinal,dinheiro foi todo o tempo em que agimos de acordo com os nossos objectivos de uma forma livre mas controlada. Passaremos, então, a concordar que devemos aproveitar cada momento de vida ao máximo e chegaremos à conclusão que quando tinhamos toda a liberdade, isto é, na adultez vivemos amordaçados na sociedade desperdiçando tempo e vontade.

domingo, 8 de maio de 2011

Juno


Este filme é uma inspiração. Vi-o à um ano atrás e fiquei completamente arrebatada pela história tão comum e, ao mesmo tempo, tão singular de Juno.

Para quem desconhece Juno, aqui vai uma apresentação de um filme que vale a pena ver:


É uma história intensa onde é possível observar o desenvolvimento de Juno e dos que a rodeiam. É um facto conhecido que, antes dos 20 anos o córtex pré-frontal não está completamente desenvolvido. Sendo esta a principal área do cérebro que permite a tomada de decisão (juntamente com o sistema límbico, associado às emoções) torna-se óbvio as indecisões que os jovens têm de lidar durante a adolescência. Nesta estrutura do cérebro encontra-se a razão e o auto-controlo, algo que é essencial para a tomada de decisão principalmente em situações difíceis.

Este filme demonstra a evolução de Juno e de todos os que a rodeiam. Cada um tem um papel essencial para o desenvolvimento de Juno e, apesar de nem sempre se manifestarem uma preciosa ajuda, serviram para que esta conseguisse descobrir o significado e a importância de cada relação (familiar, amorosa, de amizade).

Constantemente são criados laços e, neste filme, torna-se evidente a importância da relação entre Juno e a sua amiga e Juno com o pai da criança. Apesar de todos os outros serem mais experientes e terem opiniões formadas sobre como resolver os problemas de Juno, esta só consegue encontrar conforto naqueles que a entendem e pensam como ela. Isto demonstra o que na realidade acontece com qualquer adolescente numa situação idêntica, ou diferente, da de Juno. O apoio daqueles que nos compreendem e pensam como nós é incondicional e insubstituível. Daí serem cada vez mais desenvolvidos centros para adolescentes grávidas que se ajudam e apoiam mutuamente, desenvolvendo-se e crescendo de forma saudável como indivíduos e mães.

Este é mais um exemplo da importância da relação de pares.


PS – um pedido de desculpa às nossas colegas do blog “nas ruas do desenvolvimento”…

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Álcool, Adolescentes e Relação entre Pares

O consumo de álcool acontece em jovens cada vez mais novos e é cada vez mais frequente. Porquê?

Dá uma espreitadela ;)      http://www.tvi24.iol.pt/videos/pesquisa/adolescentes/video/13407634/1

Segundo o vídeo 47% dos jovens de 13 anos consomem álcool com frequência e em grandes quantidades. Penso que este aumento de consumo se deve a dois factores:
1 – Mostrar a autonomia que se adquire ao atingir a adolescência e a “libertação do domínio” dos pais, presente na infância;
2 – A integração num grupo de pares. Muitos adolescentes bebem porque o amigo também bebe ou porque aquele rapaz ou rapariga que é “porreiro” e tem sorte com o sexo oposto e é “popular” bebe então também bebem para ser como ele/ela e serem “populares”.

“A partir da adolescência é esperado que os indivíduos se confrontem com um processo de aquisição de uma autonomia e independência emocional dos pais e simultaneamente, estabeleçam relações interpessoais e de intimidade mais amadurecidas com os pares (Caissy, 1994; Zimmer-Gembeck,2002)”

Não se pode culpar os “outros” por algo que cada um faz, com plena consciência e por não saber os seus limites, mas a culpa é de um e de todos. A culpa é do adolescente por não dizer “Não” e por não conhecer os seus limites e achar que não se diverte se não beber, é do grupo de pares por incentivar a beber e por incutir a ideia de que “se não bebes és um menino (a) e não sais mais connosco” e é de muitos estabelecimentos que vendem álcool a adolescentes sem se importarem com a idade ou com as consequências. 

É um assunto muito sério e penso que devemos educar os adolescentes a beber, com palestras apesar da maioria ser um motivo para não ter aulas sempre com o pensamento de “não me vai acontecer a mim, estão a exagerar” e em casa também junto dos pais, irmãos mais velhos, etc não proibindo mas instruindo quanto às bebidas que têm menos álcool, as que se bebem com sumo etc.

terça-feira, 19 de abril de 2011

FILIAÇÃO

Já alguma vez se perguntaram qual é o significado dos comportamentos de filiação?

Já dei por mim algumas vezes a perguntar aos meus botões porque tenho estes amigos e não aqueles; porque é que este tipo de personalidade e gostos me atraem mais do que outros.
Retirei alguns excertos do livro "Psicologia actual e desenvolvimento da criança", dos autores Pierre Vayer e Charles Roncin, que me pareceram bastante interessantes e que focam precisamente este tema das relações entre pares:

"(...) a procura do outro e essa escolha deliberada do ou dos parceiros não são apenas peculiares na infância, são fenómenos essencialmente humanos. A comunicação sendo uma necessidade fundamental do ser (...) só pode" existir se "para isso houver um interlocutor, o outro pólo da comunicação. Esse interlocutor é escolhido em função da sua capacidade de aceitação e de trocas; (...) Além do mais, o sentimento de segurança suscitado por uma relação positiva facilita o empenho na acção (...) A comunicação ao nível das pessoas permite ao indivíduo associar o seu desejo e a sua imaginação aos dos outros (...)". 
 Ao longo do livro falam muito sobre a segurança...a segurança que outros nos demonstram é um dos grandes factores que nos faz escolher um amigo, um grupo, uma relação. A partir daqui começam a surgir factores emocionais.
E tu? O que procuras num amigo?